terça-feira, outubro 28, 2003
120 - A ENTREVISTA
Primeiro comentário: ao ouvir a entrevista com o Presidente a minha reacção inicial foi pensar: finalmente alguém assume a oposição às políticas do Governo. Sei que se trata de uma frase deslocada e algo comprometedora para o Presidente. Mas foi o que concluí a uma primeira leitura.
Sobretudo as suas criticas implícitas às prioridades do orçamento para 2004 deixaram-me preocupado. Há que pensar que o défice real se tem mantido muito acima daquele que o Governo insiste em apresentar ao país. O Presidente disse-o: uma coisa é o défice real resultante das contas reais; outra coisa são as medidas extraordinárias inventadas para o corrigir. Nenhum país (como nenhuma empresa) pode iludir-se permanentemente com o recurso a medidas extraordinárias.
Vejamos como reagem os Partidos. Como o avestruz, certamente, cada um à sua maneira. A entrevista foi incómoda para todos. Mas todos irão apoiá-la.
Segundo comentário: a Cultura foi coisa que não existiu nas preocupações dos entrevistadores. Por isso o Presidente também não se referiu a ela. E no entanto é ela um dos factores de recuperação da nossa auto-estima. A presença e os prémios internacionais dos nossos escritores, artistas plásticos, musicos, cineastas, arquitectos, etc. A não ser que se esteja a pensar que apenas os estádios e o futebol nos salvarão...
Terceiro comentário: uma excelente entrevista, com um timing algo estranho (ausência do país do Primeiro Ministro e do líder do PS, véspera do previsto julgamento do Bibi), uma generosa boleia ao PS, mostrando que o Presidente não anda mesmo nada distraído (vide referência ao caso do Hospital Amadora-Sintra).
Sobretudo as suas criticas implícitas às prioridades do orçamento para 2004 deixaram-me preocupado. Há que pensar que o défice real se tem mantido muito acima daquele que o Governo insiste em apresentar ao país. O Presidente disse-o: uma coisa é o défice real resultante das contas reais; outra coisa são as medidas extraordinárias inventadas para o corrigir. Nenhum país (como nenhuma empresa) pode iludir-se permanentemente com o recurso a medidas extraordinárias.
Vejamos como reagem os Partidos. Como o avestruz, certamente, cada um à sua maneira. A entrevista foi incómoda para todos. Mas todos irão apoiá-la.
Segundo comentário: a Cultura foi coisa que não existiu nas preocupações dos entrevistadores. Por isso o Presidente também não se referiu a ela. E no entanto é ela um dos factores de recuperação da nossa auto-estima. A presença e os prémios internacionais dos nossos escritores, artistas plásticos, musicos, cineastas, arquitectos, etc. A não ser que se esteja a pensar que apenas os estádios e o futebol nos salvarão...
Terceiro comentário: uma excelente entrevista, com um timing algo estranho (ausência do país do Primeiro Ministro e do líder do PS, véspera do previsto julgamento do Bibi), uma generosa boleia ao PS, mostrando que o Presidente não anda mesmo nada distraído (vide referência ao caso do Hospital Amadora-Sintra).