segunda-feira, outubro 06, 2003
108 - O NOBEL, OUTRA VEZ...
Enquanto, num lado, Marcelo falava de livros no seu programa dominical, tive oportunidade de ir espreitar pela primeira vez Pacheco Pereira, ao outro.
Tive azar.
Pacheco falava de livros, também - a isso obriga provavelmente a concorrência televisiva.
Como de costume, defendendo-se de fazer outros comentários, Marcelo mostrava apressadamente as capas e arrumava a questão. Dele não se espera muito mais. Creio que nem sequer referiu o Nobel.
Ao contrário, Pacheco, mais erudito, tentava ir mais longe. Comentava os textos de contracapa das edições portuguesas, mostrava as edições estrangeiras, falava das capas, mais ou menos adequadas em seu entender, contava aos espectadores o “enredo” dos livros, como quem lhes conta uma história das mil e uma noites.
Falava de Coetzee... sem dizer uma palavra sobre literatura. Quer dizer: sobre as razões que afinal justificaram a atribuição do Nobel a este importante escritor da literatura pós-colonial.
Receia-se que Marcelo tenha encontrado um “renovador” para o seu estilo…
Ou que os políticos tenham encontrado no discurso sobre o literário uma nova forma de competição.
Ou, ainda, que tudo isto não passe da ocupação de um espaço que o Ministro da Cultura tem deixado ao abandono.
Tive azar.
Pacheco falava de livros, também - a isso obriga provavelmente a concorrência televisiva.
Como de costume, defendendo-se de fazer outros comentários, Marcelo mostrava apressadamente as capas e arrumava a questão. Dele não se espera muito mais. Creio que nem sequer referiu o Nobel.
Ao contrário, Pacheco, mais erudito, tentava ir mais longe. Comentava os textos de contracapa das edições portuguesas, mostrava as edições estrangeiras, falava das capas, mais ou menos adequadas em seu entender, contava aos espectadores o “enredo” dos livros, como quem lhes conta uma história das mil e uma noites.
Falava de Coetzee... sem dizer uma palavra sobre literatura. Quer dizer: sobre as razões que afinal justificaram a atribuição do Nobel a este importante escritor da literatura pós-colonial.
Receia-se que Marcelo tenha encontrado um “renovador” para o seu estilo…
Ou que os políticos tenham encontrado no discurso sobre o literário uma nova forma de competição.
Ou, ainda, que tudo isto não passe da ocupação de um espaço que o Ministro da Cultura tem deixado ao abandono.