quinta-feira, julho 31, 2003

 
079 - JORNALISMO E POLÍTICA

Claro, Pacheco Pereira, é exactamente assim, tal como refere neste seu post que transcrevo aqui:

UMA QUESTÃO TABU DO JORNALISMO E DA POLÍTICA
Um jornalista que tem fontes altamente colocadas na vida política, que lhe fornecem informações confidenciais que implicam quebra de segredo ou lealdade ou com o governo ou com o partido de que fazem parte, acaba por ter um ascendente sobre essas fontes. Por muito que exista uma troca de favores entre o político que assim fornece informações com intencionalidade (contra os seu adversários políticos, contra quem lhe faz sombra na carreira) e o jornalista que vê o seu jornal aumentar as tiragens pelos “escândalos” que publica e a própria carreira de jornalista subir de cotação , a verdade é que dada a natureza das suas funções e a distinção entre a penalização social dos dois comportamentos, é o jornalista que “manda”.

O que é que acontece quando o jornalista inicia uma carreira política e vai ter que partilhar o mesmo mundo com os políticos que o informavam? Como é que ele pode iludir que sabe, no mesmo gabinete, no mesmo partido, quem informa os jornais? Como é que as “fontes”, que sabem que ele sabe que foram eles que denunciaram X, ou forneceram o documento que incriminou Y, o tratam? Podem ter liberdade para criticar o homem a quem passavam informações? Podem deixar de sentir uma potencial chantagem sobre eles? Mesmo na melhor das hipóteses é uma relação particularmente doentia e ambígua.


Adicionando o que eu havia dito antes no meu post nº 077
A questão das informações, das reportagens, das fotos, etc. que são mantidas inéditas como elementos de pressão, "enquanto te portares bem..."
Seguindo aquele velho esquema do "eu sei que tu sabes que eu sei..."