domingo, julho 20, 2003
068 - TOP LIVROS, PONTO DE INTERROGAÇÃO
Mesmo conhecendo a falta de rigor da maior parte destas listas, passo em revista os Tops publicados durante o fim de semana. Deles retiro alguns títulos, omitindo intencionalmente os autores e editores:
José Mourinho; Não há lugar para Divorciadas; Onze Minutos; Porque não Consigo Parar de Comer; Dietas sem Dieta; Absolutamente Tias; Este Jesus Cristo Que vos Fala; etc.
Convenhamos que se fica um pouco incrédulo acerca das preferências de leitura dos portugueses, ou das influências do futebol, da televisão, ou das revistas de entretenimento nas suas escolhas literárias.
Sei também que estes não são os únicos títulos que se vendem bem. Felizmente. Existem muitos outros títulos que uma análise mais fina nos levaria a incluir no final destas listas. Não aparecem nas listas porque as suas vendas se distanciam muito das outras. Alguma vez lá chegarão? Porque as diferenças (acreditem) são ainda um abismo. Um enorme abismo, por muito que alguns julguem que não...
O que interessa é que as pessoas leiam - digo eu às vezes - estes livros representam uma conquista relativamente a outras formas menos interessantes de ocupação dos tempos livres (ver televisão, por exemplo, os programas do Herman, Os Malucos do Riso, as Telenovelas, os Big-Brothers, o Baião, etc.). Criam hábitos de leitura que se vão enraizando lentamente. Que levarão as pessoas, gradualmente, a procurar outro tipo de livros, a encetar a experiência das suas próprias escolhas, afinando o seu sentido crítico.
Será?
Se se não fizer mais nada será isso o que vai acontecer?
Pode o Ministério da Cultura continuar a dormir sossegado? O Secretário a assobiar, o Ministro a julgar que estas coisas devem continuar entregues exclusivamente às chamadas leis de funcionamento do mercado?
O que são as leis do mercado na área da comunicação e da cultura? O que representa deixar que o mercado funcione livremente na área da comunicação e da cultura? O Big-Brother?
Não caberá ao Estado intervir nessa "liberdade" de funcionamento do mercado, através do apoio às formas de cultura ditas minoritárias, desenvolvendo o gosto pela leitura nas escolas, construindo mais bibliotecas, apoiando o cinema, o teatro, a musica, as artes em geral?
Só se apoia o que já tem mercado? Como se formam os novos públicos?
Hoje deu-me para os pontos de interrogação.
José Mourinho; Não há lugar para Divorciadas; Onze Minutos; Porque não Consigo Parar de Comer; Dietas sem Dieta; Absolutamente Tias; Este Jesus Cristo Que vos Fala; etc.
Convenhamos que se fica um pouco incrédulo acerca das preferências de leitura dos portugueses, ou das influências do futebol, da televisão, ou das revistas de entretenimento nas suas escolhas literárias.
Sei também que estes não são os únicos títulos que se vendem bem. Felizmente. Existem muitos outros títulos que uma análise mais fina nos levaria a incluir no final destas listas. Não aparecem nas listas porque as suas vendas se distanciam muito das outras. Alguma vez lá chegarão? Porque as diferenças (acreditem) são ainda um abismo. Um enorme abismo, por muito que alguns julguem que não...
O que interessa é que as pessoas leiam - digo eu às vezes - estes livros representam uma conquista relativamente a outras formas menos interessantes de ocupação dos tempos livres (ver televisão, por exemplo, os programas do Herman, Os Malucos do Riso, as Telenovelas, os Big-Brothers, o Baião, etc.). Criam hábitos de leitura que se vão enraizando lentamente. Que levarão as pessoas, gradualmente, a procurar outro tipo de livros, a encetar a experiência das suas próprias escolhas, afinando o seu sentido crítico.
Será?
Se se não fizer mais nada será isso o que vai acontecer?
Pode o Ministério da Cultura continuar a dormir sossegado? O Secretário a assobiar, o Ministro a julgar que estas coisas devem continuar entregues exclusivamente às chamadas leis de funcionamento do mercado?
O que são as leis do mercado na área da comunicação e da cultura? O que representa deixar que o mercado funcione livremente na área da comunicação e da cultura? O Big-Brother?
Não caberá ao Estado intervir nessa "liberdade" de funcionamento do mercado, através do apoio às formas de cultura ditas minoritárias, desenvolvendo o gosto pela leitura nas escolas, construindo mais bibliotecas, apoiando o cinema, o teatro, a musica, as artes em geral?
Só se apoia o que já tem mercado? Como se formam os novos públicos?
Hoje deu-me para os pontos de interrogação.