quinta-feira, julho 03, 2003

 
052 - TRADUÇÕES DEFEITUOSAS


Pede-me o blogue Salmoura que lhe diga como se deve proceder quando um leitor adquire um livro com uma má tradução.
E refere um caso concreto, dando exemplos.
Infelizmente, todos nós, editores, temos situações desse tipo, por maior cuidado que se procure ter.
Infelizmente, também, mesmo os mais conceituados tradutores fazem às vezes traduções deficientes.
No exemplo que me dá, trata-se de um tradutor conceituadíssimo, várias vezes premiado. De modo algum um “desconhecido”, como refere. Trabalhou já com a DQ na tradução de dificílimos escritores italianos (Primo Levi, Leonardo Sciascia, António Tabucchi, que também sabe bom português, etc.). Ultimamente tem trabalhado com os meus colegas da Editorial Teorema, traduzindo, por exemplo, todo o Calvino, algum Borges, etc.
Recomendo-lhe pois que dirija ao editor os seus comentários e reclamações e oiça as suas explicações.
O leitor tem sempre o direito legitimo de reclamar de um “objecto com defeitos” e solicitar a sua troca ou a devolução do valor pago, desde que justifique a existência de tais defeitos.
Alguns dos exemplos por si referidos podem também resultar da forma de escrita e intenção do próprio autor original, o que muitas vezes acontece. A liberdade do tradutor também tem os seus limites.