sexta-feira, junho 13, 2003

 
023 - DAVID LYNCH

Li a recomendação de A Montanha Mágica ao filme Mulholland Drive, de David Lynch. Passei pela Fnac, comprei o DVD, e gastei a minha noite de St. António a ver o filme e a percorrer os extras, demoradamente.
Esta é uma outra qualidade dos blogs (infelizmente só de alguns...), a de podermos compartilhar informações, recomendações, emoções estéticas, até.
O filme é de 2001, passou em Portugal certamente em 2002 pelas datas de publicação das críticas, mas eu tinha-o deixado "escapar".
Obrigado A Montanha Mágica, trata-se na verdade de uma "grande fita", um filme de construção inquietante, decerto uma obra-prima, como eu já achara que era o Blue Velvet, que vi várias vezes.
Este vou voltar a vê-lo, hoje, de novo, durante o dia, tenho de encontrar um espaço para isso.
Ao vê-lo, lembrei-me muito do post que, por acaso, tinha escrito antes sobre A Escrita e a Leitura (022) a propósito de, neste caso, se forçar as imagens a dizer o que elas já quase não são capazes de dizer, do trabalho de decifração da leitura, do trabalho de elaboração da escrita cinematográfica tentando reter e transmitir os multiplos significados.
Para além das 10 pistas indicadas pelo autor do filme (para nos des-pistar ?), creio haver uma outra, essencial: a do mago, no "Clube Silêncio", quando diz que, afinal, tudo não passa de uma ilusão...
Creio também que a grande "modernidade" desta fita é que ela nos obriga (ajuda) a pensar, em conjunto, toda a arte do nosso tempo. Nomeadamente a literatura.
Vou vê-lo de novo, como já disse.
E quem não o viu, que o veja.
E quem já o viu, que me desculpe o atraso deste encontro.
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