sexta-feira, maio 30, 2003
014 - FEIRA DO LIVRO DE LISBOA
Bom, parece que a poeira assentou, podemos portanto regressar a outros temas menos humoristicos...
Entretanto, por estes dias, abriu a Feira do Livro.
Os Blogs não lhe fizeram grandes referências.
Acontecimento rotineiro ?
Há quem conteste todos os anos o modelo do "ao ar livre". A mim sempre pareceu a melhor solução.
Este ano a Feira está maior, crece aliás todos os anos, como se não desse ouvidos à permanente lenga-lenga dos editores acerca da "crise" do sector.
A Camara decidiu renovar a organização do espaço com o apoio de dois arquitectos que fizeram um novo desenho da implantação dos pavilhões.
Fizeram-no sózinhos, sem qualquer contacto com os profissionais que ali irão conviver e trabalhar estes dias. É costume do país. Desenha-se no papel. Se ficar bonito implanta-se no local, os outros que se adaptem.
O design não serve para servir o que está, nem quem está. Serve apenas para tornar diferente aquilo que é.
Este ano eliminaram-se duas filas de stands (as encostadas à zona central) e encaixaram-se os stands deslocados no meio dos outros, apertando o espaço entre eles. Esqueceu-se apenas que, por acaso, alguns editores trabalham com autores, e que precisariam desse espaço para instalar as mesas de autógrafos, uma das poucas animações permanentes da Feira. Houve que inventar soluções à última hora, de acordo com a imaginação de cada um.
Também o Pavilhão Central, o dos colóquios e debates, que o ano passado deixava ver o Parque através de uma enorme parede em vidro, está este ano transformado num bunker, completamente fechado ao exterior, com uma temperatura irrespirável, escuro e sombrio. Para que as leituras de textos possam ser feitas sem ruídos exteriores - explicaram-me os técnicos. Nesse caso talvez fosse melhor ir fazê-las para outro local, ou pensar outras formas de animação mais condicentes com o espaço.
Isto de tentar forçar a que os espaços "digam" o que eles não podem nem conseguem dizer, é mesmo hábito dos especialistas nacionais...
Fica para o ano, talvez aprendam entretanto, têm tempo.
Mas a Feira aí está, e apesar de tudo não está mal.
Bom, parece que a poeira assentou, podemos portanto regressar a outros temas menos humoristicos...
Entretanto, por estes dias, abriu a Feira do Livro.
Os Blogs não lhe fizeram grandes referências.
Acontecimento rotineiro ?
Há quem conteste todos os anos o modelo do "ao ar livre". A mim sempre pareceu a melhor solução.
Este ano a Feira está maior, crece aliás todos os anos, como se não desse ouvidos à permanente lenga-lenga dos editores acerca da "crise" do sector.
A Camara decidiu renovar a organização do espaço com o apoio de dois arquitectos que fizeram um novo desenho da implantação dos pavilhões.
Fizeram-no sózinhos, sem qualquer contacto com os profissionais que ali irão conviver e trabalhar estes dias. É costume do país. Desenha-se no papel. Se ficar bonito implanta-se no local, os outros que se adaptem.
O design não serve para servir o que está, nem quem está. Serve apenas para tornar diferente aquilo que é.
Este ano eliminaram-se duas filas de stands (as encostadas à zona central) e encaixaram-se os stands deslocados no meio dos outros, apertando o espaço entre eles. Esqueceu-se apenas que, por acaso, alguns editores trabalham com autores, e que precisariam desse espaço para instalar as mesas de autógrafos, uma das poucas animações permanentes da Feira. Houve que inventar soluções à última hora, de acordo com a imaginação de cada um.
Também o Pavilhão Central, o dos colóquios e debates, que o ano passado deixava ver o Parque através de uma enorme parede em vidro, está este ano transformado num bunker, completamente fechado ao exterior, com uma temperatura irrespirável, escuro e sombrio. Para que as leituras de textos possam ser feitas sem ruídos exteriores - explicaram-me os técnicos. Nesse caso talvez fosse melhor ir fazê-las para outro local, ou pensar outras formas de animação mais condicentes com o espaço.
Isto de tentar forçar a que os espaços "digam" o que eles não podem nem conseguem dizer, é mesmo hábito dos especialistas nacionais...
Fica para o ano, talvez aprendam entretanto, têm tempo.
Mas a Feira aí está, e apesar de tudo não está mal.