domingo, maio 18, 2003
013 - BIENAL DO LIVRO - RIO DE JANEIRO
Regresso da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Portugal não estava representado.
Outros países europeus, com menor "intimidade cultural" com o Brasil, estavam presentes com destaque.
Os brasileiros referiam o facto (o fato, para eles) com espanto e amargura.
Não havia stand português, não havia livros portugueses.
Alguns escritores portugueses (convidados pelo IPLB) por lá andavam desamparados. Havia um debate com eles na Bienal. Como não se fez o menor trabalho de informação prévia, estavam apenas 2 pessoas numa sala que se gastou dinheiro a alugar. Foi anulado o debate, claro.
Já sei: não temos dinheiro, é a explicação que se dará.
Mas tivémos dinheiro, ainda há bem poucas semanas, para nos fazer representar na Feira do Livro do Japão.
Imaginem, no Japão, que tanto se interessa pela cultura portuguesa, e nós por eles.
Um stand português, 3 escritores convidados pelo Instituto do Livro, altas personalidades oficiais incluídas, deslocações, comidas e dormidas, etc.
Mas no Brasil não vale a pena, consideraram certamente os responsáveis pelo Instituto do Livro, pelo Instituto Camões, pelo Ministério da Cultura, pelos Negócios Estrangeiros, eu sei lá...
Na verdade não há dinheiro que pague esta vergonha...
No entanto, fora da Bienal, as televisões, as rádios, os jornais, enchiam páginas (é mesmo verdade, enchiam páginas) com a publicação de um livro de uma escritora portuguesa por uma editora local. E essa editora anunciava o seu projecto de publicação, no próximo ano, de 10 títulos de autores portugueses, clássicos e contemporâneos.
Um jornalista pediu-me encarecidamente o envio de um romance de Camilo, impossível de encontrar nas livrarias brasileiras.
Às vezes perguntava-me: não se sentirá ao menos um leve rubor com tudo isto ?
NM
Regresso da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Portugal não estava representado.
Outros países europeus, com menor "intimidade cultural" com o Brasil, estavam presentes com destaque.
Os brasileiros referiam o facto (o fato, para eles) com espanto e amargura.
Não havia stand português, não havia livros portugueses.
Alguns escritores portugueses (convidados pelo IPLB) por lá andavam desamparados. Havia um debate com eles na Bienal. Como não se fez o menor trabalho de informação prévia, estavam apenas 2 pessoas numa sala que se gastou dinheiro a alugar. Foi anulado o debate, claro.
Já sei: não temos dinheiro, é a explicação que se dará.
Mas tivémos dinheiro, ainda há bem poucas semanas, para nos fazer representar na Feira do Livro do Japão.
Imaginem, no Japão, que tanto se interessa pela cultura portuguesa, e nós por eles.
Um stand português, 3 escritores convidados pelo Instituto do Livro, altas personalidades oficiais incluídas, deslocações, comidas e dormidas, etc.
Mas no Brasil não vale a pena, consideraram certamente os responsáveis pelo Instituto do Livro, pelo Instituto Camões, pelo Ministério da Cultura, pelos Negócios Estrangeiros, eu sei lá...
Na verdade não há dinheiro que pague esta vergonha...
No entanto, fora da Bienal, as televisões, as rádios, os jornais, enchiam páginas (é mesmo verdade, enchiam páginas) com a publicação de um livro de uma escritora portuguesa por uma editora local. E essa editora anunciava o seu projecto de publicação, no próximo ano, de 10 títulos de autores portugueses, clássicos e contemporâneos.
Um jornalista pediu-me encarecidamente o envio de um romance de Camilo, impossível de encontrar nas livrarias brasileiras.
Às vezes perguntava-me: não se sentirá ao menos um leve rubor com tudo isto ?
NM